sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Análise - "Hercule Poirot: Drama em Três Actos" com argumento de Frédéric Brémaud e ilustrações de Alberto Zanon

Uma das grandes apostas da editora Arte de Autor tem sido a coleção Agatha Christie que adapta para banda desenhada os romances da escritora. Com este "Hercule Poirot: Drama em Três Actos" são já 11 os romances que foram adaptados para BD e publicados no nosso país. 

 


Desses 11 volumes já publicados, este trata-se do sétimo dedicado ao detetive Hercule Poirot e trata-se também do regresso da dupla Frédéric Brémaud e Alberto Zanon que são igualmente os autores que assinaram os álbuns "Hercule Poirot: Os Crimes do ABC" e "Hercule Poirot: O Crime no Campo de Golf".


Neste volume não temos um assassinato mas sim dois! A trama começa com a morte do reverendo Babbington durante uma receção na propriedade do famoso ator Sir Charles Cartwright. Dias depois o Doutor Strange morre em casa durante uma refeição com amigos. Levantam-se, assim, várias questões: quem é o assassino? qual o motivo do mesmo? qual a relação entre os dois casos?

 


Outro dado curioso desta história é que, se Hercule Poirot esteve presente na noite do primeiro assassinato, estava bem longe quando o segundo aconteceu. É com este contexto que acompanhamos a investigação deste caso. No entanto, este volume é um pouco diferente dos outros, uma vez que a investigação é liderada por Sir Charles Cartwright, um ator de renome do teatro e cinema que vive agora afastado da vida pública, Hermione Lytton Gore, uma rapariga provinciana com quem Sir Charles tem um caso amoroso e Sr. Satterthwaite, um detetive que esteve presente na noite da primeira morte. Assim, o enredo é nos apresentado de forma brilhante e vai passando por todo o elenco de possíveis culpados . Deste modo, o argumentista vai nos apresentando pistas que serão fundamentais para a revelação final do culpado.


No entanto, a revelação final, como é hábito, é da autoria de Hercule Poirot. Este surge de forma mais presente na segunda parte da investigação, num momento em que a investigação do trio parece não levar a lado nenhum. É, assim, que as células cinzentas do caricato detetive entram em ação e resolvem o caso num brilhante monólogo que desvenda o enigma.

 


Como referi, Alberto Zanon é o ilustrador deste álbum e, para quem leu os volumes "Hercule Poirot: Os Crimes do ABC" e "Hercule Poirot: O Crime no Campo de Golf" já saberá das capacidades deste artista. Aqui é apresentado um traço que lembra a linha clara franco-belga mas com um traço de personalidade. Deste modo, a arte remete ao mesmo tempo a um estilo clássico e moderno. As vinhetas, que apresentam uma diagramação variadíssima, estão repletas de cenários diversos, planos ousados, personagens distintos e expressivos e um guarda roupa que ajuda a caracterizar a época em que a história se passa.

 

O acabamento deste volume é em capa cartonada brilhante com papel baço e de boa gramagem. Assim como nos outros volumes, este não conta com nenhum tipo de extras. Poderão ver mais imagens deste álbum aqui: https://www.instagram.com/p/CpDCnqqsaQW/

Para os fãs deste tipo de histórias, ao fim de sete álbuns a estrutura já está sabida de trás para a frente e este álbum pode ser um pouco "mais do mesmo". Não obstante, este "mais do mesmo" pode ser a porta de entrada a novos leitores para esta excelente coleção que é aqui brindada com um dos melhores trabalhos!



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