Nos passados dias 16, 17 e 18 de junho ocorreu, no Fórum da Maia, a primeira edição do festival de banda desenhada Maia BD. Desde já quero dar os meus parabéns tanto à Câmara Municipal da Maia através do Pelouro da Cultura como à editora A Seita pela organização de um festival que coloca a banda desenhada como o centro das atenções no norte do país. De facto, uma das expressões mais referidas quer pelos autores quer pelos leitores e aficionados de banda desenhada foram "O norte já precisava de um festival deste tipo!". Assim, neste artigo vou dar a minha opinião relativamente à minha experiência ao longo dos três dias em que o festival ocorreu.
16 de junho (sexta), primeiro dia de festival
No primeiro dia do festival o grande destaque da programação foi a visita guiada às exposições presentes no Maia BD e a conversa entre Filipe Melo e Nuno Markl numa retrospetiva dos filmes Sleepwalk e O Lobo Solitário ambos realizados por Melo.
Falando da visita guiada, a mesma correu bem e tornou-se ainda melhor pela presença de Marco Mendes e de George Bess. A presença dos autores permitiu que a mesma se tornasse mais dinâmica e surgiu a oportunidade de fazer algumas questões aos autores. Talvez o grande problema da visita guiada tenha sido mesmo o dia e a hora em que se realizaram, o que levou a que não estivesse muitas pessoas na mesma. No entanto, dada a programação dos restantes dias e também a necessidade de estarem presentes os membros da organização, parece-me que este era o único horário possível para a visita. Destaco ainda a presença dos membros da organização, nomeadamente José de Freitas que conduziu várias exposições e também a presença de João Miguel Lameiras.
Para finalizar o primeiro dia do festival, ocorreu no grande auditório a retrospetiva dos filmes Sleepwalk e O Lobo Solitário com a presença de Filipe Melo e Nuno Markl. Inicialmente foram apresentadas as curtas, o que achei uma excelente ideia principalmente para aqueles que não tiveram oportunidade de as ver anteriormente. Após a exibição das mesmas, os artistas foram para o palco onde falaram sobre variados temas para além dos filmes. Achei a conversa interessante e a possibilidade do público fazer perguntas dinamizou o momento. Apesar da casa estar bem composta com algumas dezenas de pessoas, sinto que nestes momentos existe algum tipo de embaraço indevido que leva as pessoas a não fazerem perguntas. Mesmo assim existiram alguns corajosos que colocaram perguntas pertinentes aos artistas. Felizmente tive a oportunidade de abrir a discussão com duas perguntas e gostei bastante das respostas dadas pelo Filipe às questões colocadas.
No final da sessão deu-se a possibilidade de trocar umas ideias com os artistas à porta do Fórum da Maia e para tirar algumas fotos fechando-se assim o primeiro dia do festival.
17 de junho (sábado), segundo dia de festival
O segundo dia de festival foi aquele com maior adesão. Nesse dia cheguei ao Fórum pelas 14:30, uma vez que levei bastantes livros para assinar. Dada a grande afluência do público (que me deixou bastante contente), o meu dia foi bastante agitada pois pretendia conseguir o máximo de autógrafos possíveis. Isso levou a que ficasse no festival até perto das 20:00.
Dado que a organização utilizou um sistema de senhas (que irei opinar sobre o mesmo mais à frente), durante o tempo de espera consegui assistir a algumas apresentações de livros (também irei abordar as apresentações na secção respetiva deste artigo).
Uma vez que se trata de um festival com vários acontecimentos ao mesmo tempo, e tendo em conta que o meu foco foram as sessões de autógrafos e as apresentações, não consegui assistir a outros eventos que aconteceram.
Apesar disso, foi um grande dia e, sem dúvida, aquele em que a organização recebeu a maior afluência do público.
18 de junho (domingo), terceiro dia de festival
O último dia do festival foi um dia mais "morno" quando comparado ao segundo dia. Cheguei ao Fórum novamente pelas 14:30. A afluência das pessoas não foi tão grande, não obstante apareceram ainda bastantes pessoas. Particularmente foi um dia em que foquei-me única e exclusivamente nos autógrafos. Uma vez que pretendia um autógrafo de George Bess, e como apenas existiam 12 senhas (primeiras 6 senhas para assinatura e autógrafo + 6 senhas para autógrafo), fiquei "refém" da fila. Mesmo assim não me arrependo da decisão que tomei!
Neste último dia fui em busca dos restantes sketches e autógrafos dos livros que não consegui no dia anterior. O facto de estarem menos pessoas facilitou o processo e consegui autografar quase todos os livros que trouxe para o festival.
Infelizmente não consegui assistir a nenhuma apresentação de livros que ocorreu neste dia. Consegui, entretanto, assistir a alguns minutos do concurso de cosplay. Apesar de não ser fã fiquei feliz por ver o grande auditório bem composto para assistir a este evento.
As sessões de autógrafos
Para manter a ordem nas sessões, a organização escrevia num quadro os artistas que marcavam presença em cada uma das sessões e começava a dar as senhas numeradas por ordem cerca de meia hora antes das mesmas começarem. No entanto, cada leitor poderia apenas solicitar uma senha de cada vez. Apesar de alguns leitores não concordarem com esta metodologia e solicitarem várias senhas ao mesmo tempo, o staff responsável não permitia. E com razão! Imaginemos que a primeira pessoa da fila solicitava logo todas as senhas que pretendia. Assim, um leitor que pretendesse os autógrafos de Luís Louro, Bernardo Majer e André Oliveira receberia as senhas com o número 1 para estes autores. Por sua vez, um segundo leitor que pretende-se os autógrafos dos mesmos autores receberia as senhas com o número 2. No entanto, quando o leitor número 1 se dirigisse, por exemplo, à mesa do Luís Louro, o segundo leitor naturalmente iria dirigir-se, por exemplo, à mesa do Bernardo Majer, no entanto entregar-lhe-ia a senha número 2 sem ter recebido a primeira. Assim evitou-se este tipo de constrangimentos com o sistema adotado pela organização. Apesar disso, verificou-se que alguns artistas eram mais concorridos do que outros. Algo que me aconteceu foi ter uma senha para o Luís Louro mas estar em fila de espera. Enquanto isso, ao verificar que a mesa do André F. Morgado estava livre, solicitei uma senha para este e consegui o autógrafo do André enquanto o Luís tratava do autógrafo de outro leitor. Realço novamente que a solução adotada foi a melhor opção. Talvez o recurso à tradicional fila indiana fosse a única alternativa, no entanto, isso levaria os leitores a esperarem na fila, o que retirava a liberdade das pessoas irem às apresentações ou aos outros espaços do festival. Algo que também me aconteceu foi ter senha para um autor, mas dada a fila de espera consegui assistir a apresentações de livros enquanto esperava pela minha vez.
Apesar de não ter conseguido autógrafos em todos os livros que trouxe, cerca de 90% deles ficaram assinados, o que considero um número fantástico. Gostaria de ter mais livros para assinar, no entanto, o orçamento impediu-me de sair do Maia BD com mais assinaturas. Na secção abaixo deixo uma galeria com as assinaturas e sketches feitos pelos artistas, bem como as fotos que tirei com os mesmos.
Luís Louro e Nuno Markl
Filipe Melo
Joana Afonso
Bernardo Majer
Penim Loureio e Carlos Silva
Paulo J. Mendes
André F. Morgado
André Oliveira, Filipe Abranches,Marco Mendes, João Miguel Lameiras, Pedro Vieira de Moura, Rita Alfaiate e Ricardo Baptista
As apresentações
A primeira foi a apresentação da reedição do livro O Corvo III - Laços de Família com a presença dos autores Luís Louro e Nuno Markl e moderada por Pedro Cleto do blog As Leituras do Pedro. Destaco já a escolha da organização em criar sessões de meia minutos que acho ser a duração adequada para os intervenientes explorem as suas ideias.
Os quiosques de livros
As exposições
Para aqueles que não tiveram oportunidade de marcar presença no festival, deixo abaixo uma galeria de imagens com as exposições. Aproveitem!
Aproveita apenas para deixar mais uma recomendação que seria a inclusão de um espaço de alimentação para que os leitores e também os autores possam passar para comer alguma coisa. Apesar de existir uma máquina de comida e de café achei escassa a oferta. Deste modo, a cafetaria/bar do fórum poderia ser utilizada para esse efeito ou, em alternativa, poder-se-ia criar um espaço para o mesmo.
Espero que o evento tenha sido um sucesso e espero sinceramente puder dizer "Obrigado e até para o ano!".
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